Os tratamentos para epilepsia à base de Cannabis têm gerado muito interesse, mas os dados científicos são escassos. O objetivo deste ensaio clínico foi estabelecer se a adição de canabidiol aos regimes antiepilépticos existentes seria seguro, tolerado e eficaz em crianças e adultos jovens com epilepsia resistente ao tratamento. Os pacientes receberam canabidiol oral de 2–5 mg/kg por dia, aumentando até a intolerância ou até uma dose máxima de 25 mg/kg ou 50 mg/kg por dia (dependendo do local do estudo). Os resultados mostram que os eventos adversos foram relatados em 128 (79%) dos 162 pacientes dentro do grupo de segurança.
Os eventos adversos relatados em mais de 10% dos pacientes foram sonolência (n = 41 [25%]), diminuição do apetite (n = 31 [19%]), diarreia (n = 31 [19%]), fadiga (n = 21 [13%]) e convulsão (n = 18 [11%]). A frequência média mensal de convulsões motoras foi 30,0 (IQR 11,0–96,0) no início do estudo e 15,8 (5,6–57,6) ao longo do período de tratamento de 12 semanas. A redução média nas convulsões motoras mensais foi de 36,5% (IQR 0–64,7). Estes achados sugerem que o canabidiol pode reduzir a frequência das crises e pode ter um perfil de segurança adequado em crianças e adultos jovens com epilepsia altamente resistente ao tratamento.
Ensaios controlados randomizados são necessários para caracterizar o perfil de segurança e a verdadeira eficácia deste composto.