O acúmulo de evidências sugere que o canabidiol (CBD) pode ser um agente ansiolítico eficaz e seguro e, potencialmente, também um antidepressivo.
O objetivo deste estudo foi examinar mais detalhadamente essas propriedades do CBD usando o rato Wistar-Kyoto (WKY) ‘semelhante à depressão’, com foco no efeito da droga em comportamentos semelhantes à anedonia. Quarenta e oito ratos WKY e 48 Wistar adultos machos controles foram pré-tratados por via oral com CBD (15, 30 e 45 mg/kg) ou veículo. O teste de preferência de sacarina (SPT), o teste do labirinto em cruz elevado (EPM) e o teste de exploração de objeto novo (NOE) foram usados. O CBD mostrou um efeito proedônico nos ratos WKY a 30 mg/kg no SPT. No NOE, o CBD aumentou a exploração do novo objeto e a locomoção a 45 mg/kg e aumentou a locomoção a 15 mg/kg, indicando uma melhora na motivação caracteristicamente baixa dos ratos WKY para explorar.
Não houve efeito semelhante em nenhuma dose no LCE ou no comportamento em campo aberto na habituação ao NOE. Esses achados estendem o conhecimento limitado sobre o efeito antidepressivo do CBD, agora demonstrado pela primeira vez em um modelo animal genético de depressão. Esses resultados sugerem que o CBD pode ser benéfico para o tratamento da depressão clínica e outros estados com anedonia proeminente. Em conclusão, os resultados deste estudo sugerem que o CBD pode ser usado como uma terapia farmacológica para anedonia e depressão clínica. O presente estudo é o primeiro a usar o modelo de depressão em ratos WKY e a relatar um efeito proedônico do CBD em dois testes diferentes.
Como o CBD mostrou ser excepcionalmente bem tolerado por humanos em estudos anteriores sobre transtornos de ansiedade e esquizofrenia, mesmo em altas doses, ele parece um candidato promissor para o futuro arsenal psicofarmacoterapêutico.