Evidências recentes sugerem que o CBD promove um efeito antidepressivo rápido e sustentado por modelos animais. O CBD tem uma farmacologia complexa, com a capacidade de interagir com vários sistemas neurotransmissores envolvidos na depressão, incluindo os sistemas serotonérgico, glutamatérgico e endocanabinoide. Além disso, o CBD induziu alterações celulares e moleculares nas regiões do cérebro relacionadas à neurobiologia da depressão, como o aumento dos níveis de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e sinaptogênese no córtex pré-frontal medial, além de aumentar a neurogênese no hipocampo.

Esta revisão apresenta uma visão crítica abrangente da literatura atual relacionada aos efeitos antidepressivos do CBD, com foco nos possíveis mecanismos. O conhecimento adquirido nas últimas décadas fornece evidências que o CBD tem perfil semelhante ao antidepressivo em diferentes modelos animais. Potenciais mecanismos neuroquímicos e de neuroplasticidade estão envolvidos no efeito antidepressivo do CBD. Estresse e depressão são frequentemente associados a desequilíbrio neuroquímico e neuroplasticidade prejudicada (redução da sinaptogênese e/ou neurogênese) em regiões do cérebro límbico, principalmente PFC e hipocampo.

Nesse cenário, o efeito antidepressivo agudo do CBD estaria associado a mudanças rápidas nos níveis de neurotransmissores, incluindo serotonina e endocanabinoides, nessas regiões do cérebro. Isso poderia desencadear um rápido aumento no BDNF e promover a sinaptogênese. Após o tratamento repetido, mecanismos neuroquímicos e de neuroplasticidade adicionais ocorreriam, promovendo o comportamento de enfrentamento do estresse e resiliência ao estresse crônico.

Dadas as grandes e substanciais necessidades clínicas não atendidas, a caracterização de CBD como um possível agente terapêutico para transtornos afetivos é de interesse significativo. Pode ser uma intervenção útil e tolerável estratégia, sozinha ou em combinação com antidepressivo estabelecendo estratégias. Além disso, a identificação dos mecanismos subjacentes aos efeitos do CBD pode abrir o caminho para a identificação de novos alvos e classes de medicamentos para o tratamento do TDM.

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